DEIXEM A EDUCAÇÃO NAS MÃOS DE EDUCADORES E NÃO DE COMERCIANTES
O ano letivo de 2018, para ensino primário, secundário, técnico profissional e até para algumas instituições do ensino superior arranca efetivamente no dia 5 de Fevereiro. A preocupação tanto dos gestores das instituições de educação assim como dos pais e encarregados de educação é a mesma - que tenhamos educação de qualidade e que o estudante aprove de classe.
Numa educação de qualidade, a aprovação de classe significa que o estudante assimilou positivamente os conteúdos e valores propostos para o seu nível. Neste contexto, a educação além do conhecimento científico, deve ser capaz de transmitir valores importantes para a moçambicanidade, por isso deve estar nas mãos dos educadores e não comerciantes.
Educadores são ou deviam ser aqueles que se preocupam com a “educação” do outro, fazendo-a através de passagem de testemunho para que estes continuem construindo a moçambicanidade baseado na paz, unidade nacional, preservação de usos e costumes nacionais, promoção da cultura moçambicana e desenvolvimento económico e social sustentável.
E comerciantes, como são conhecidos em qualquer sociedade, são aqueles que pretendem trocar o que possuem (ou mesmo o que não possuem) em dinheiro. Estes são movidos pela crença de que com dinheiro consegue-se tudo. É aqui onde reside o problema. Alguns vêm, apenas, na educação grande oportunidades de negócio e não como espaço de transmissão de conhecimentos. Para estes, as aprovações e os certificados podem provir de valor monetários e não do nível de assimilação da matéria, o que leva ou incentiva a corrupção.
Neste contexto, temos que prestar atenção aonde e a quem delegamos o processo educativo dos nossos filhos, isto é, desde os explicadores até as próprias escolas. Se deixarmos sem nenhum controle a educação nas mãos do comerciantes e não de educadores, esta em pouco tempo vai transformar-se no meio de segregação do povo e não de união; num instrumento de ódio e não de promoção de paz, num instrumento de discriminação ou escolha da melhor cultura e não de promoção de valores ou de cultura moçambicana.
Considerar aqueles de vê na educação oportunidade de negócio apenas, acreditando que o conhecimento tem um valor comercial é um grande erro. Assim, corremos o risco de a educação de qualidade ser privilégio da elite e servir como base de ostentação e sem grande utilidade para a sociedade.
Recordemos que a educação é como água potável, que a sua ausência ou o fornecimento defeituoso condiciona a sobrevivência e a qualidade de vida de uma comunidade. Da mesma maneira que a água tem um valor de uso maior e um valor comercial baixo, não vamos deixar os comerciantes desvirtuar o valor da nossa educação.
Em suma, se entregarmos a educação aos comerciantes corremos o risco de ter educação de fraca qualidade e consequentemente com o fraco valor de uso, onde as pessoas no lugar de discutir como se faz, discutem-se o que dizer para ocultar uma verdade, quem bem se veste entre outras banalidades. Por isso, os responsáveis pela educação, desde os Gestores do topo em conjunto com os professores - todos mesmo - devem ser educadores e não comerciantes.
RJ Cossa
O ano letivo de 2018, para ensino primário, secundário, técnico profissional e até para algumas instituições do ensino superior arranca efetivamente no dia 5 de Fevereiro. A preocupação tanto dos gestores das instituições de educação assim como dos pais e encarregados de educação é a mesma - que tenhamos educação de qualidade e que o estudante aprove de classe.
Numa educação de qualidade, a aprovação de classe significa que o estudante assimilou positivamente os conteúdos e valores propostos para o seu nível. Neste contexto, a educação além do conhecimento científico, deve ser capaz de transmitir valores importantes para a moçambicanidade, por isso deve estar nas mãos dos educadores e não comerciantes.
Educadores são ou deviam ser aqueles que se preocupam com a “educação” do outro, fazendo-a através de passagem de testemunho para que estes continuem construindo a moçambicanidade baseado na paz, unidade nacional, preservação de usos e costumes nacionais, promoção da cultura moçambicana e desenvolvimento económico e social sustentável.
E comerciantes, como são conhecidos em qualquer sociedade, são aqueles que pretendem trocar o que possuem (ou mesmo o que não possuem) em dinheiro. Estes são movidos pela crença de que com dinheiro consegue-se tudo. É aqui onde reside o problema. Alguns vêm, apenas, na educação grande oportunidades de negócio e não como espaço de transmissão de conhecimentos. Para estes, as aprovações e os certificados podem provir de valor monetários e não do nível de assimilação da matéria, o que leva ou incentiva a corrupção.
Neste contexto, temos que prestar atenção aonde e a quem delegamos o processo educativo dos nossos filhos, isto é, desde os explicadores até as próprias escolas. Se deixarmos sem nenhum controle a educação nas mãos do comerciantes e não de educadores, esta em pouco tempo vai transformar-se no meio de segregação do povo e não de união; num instrumento de ódio e não de promoção de paz, num instrumento de discriminação ou escolha da melhor cultura e não de promoção de valores ou de cultura moçambicana.
Considerar aqueles de vê na educação oportunidade de negócio apenas, acreditando que o conhecimento tem um valor comercial é um grande erro. Assim, corremos o risco de a educação de qualidade ser privilégio da elite e servir como base de ostentação e sem grande utilidade para a sociedade.
Recordemos que a educação é como água potável, que a sua ausência ou o fornecimento defeituoso condiciona a sobrevivência e a qualidade de vida de uma comunidade. Da mesma maneira que a água tem um valor de uso maior e um valor comercial baixo, não vamos deixar os comerciantes desvirtuar o valor da nossa educação.
Em suma, se entregarmos a educação aos comerciantes corremos o risco de ter educação de fraca qualidade e consequentemente com o fraco valor de uso, onde as pessoas no lugar de discutir como se faz, discutem-se o que dizer para ocultar uma verdade, quem bem se veste entre outras banalidades. Por isso, os responsáveis pela educação, desde os Gestores do topo em conjunto com os professores - todos mesmo - devem ser educadores e não comerciantes.
RJ Cossa