GERAÇÃO DE RAPIDINHAS
Em Moçambique, voluntária ou
involuntariamente, temos hábito de estratificar as pessoas tendo em
conta a época histórica em que nasceram, actividades de destaque
realizadas ou em função das características similares que apresentam.
Deste modo, são conhecidas e famosas três gerações, a começar com a de
25 de Setembro (antigos combatentes com rosto do Alberto Chipande),
seguida pela Geração 8 de Março (podemos associar com a cara do Aires
Aly} e a recente geração de viragem (representada pelo Osvaldo
Pitersburgo).
A primeira é constituída pelos famosos antigos
combatentes, que iniciaram a luta armada a 25/09/1964; a segunda é
constituida pelos então jovens estudantes que a partir de 8 de Março de
1977 viram seus estudos interrompidos e foram trabalhar em diferentes
áreas consideradas de interesse nacional – teve como slogan o chamamento
à pátria e; a terceira (geração de viragem) não há consenso do que a
caracteriza (o que conseguiu virar ou se foi ela própria
virada/manipulada) e mesmo assim a designação foi famosa.
Actualmente encontramos uma nova geração que pelas suas características é
mais abrangente porque foge do critério idade, abrange quase a todos - É
A GERAÇÃO DE RAPIDINHAS.
Sim, é a geração de rapidinhas porque não
tem tempo, faz tudo rápido e sem cuidados necessários. Quase todos já
não têm tempo de ler um texto completo, respeitando as suas principais
partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) para a compreensão da
mensagem , preferem ler o título e o resto é dedução – Este
comportamento tem provocado “muitos mal-entendidos”.
Os estudantes
então! Não têm tempo de redigir um texto. Para uma simples mensagem
preferem usar símbolos, que nem eles próprios conhecem o significado;
não usam o rascunho para exercitar operações básicas (adição subtração,
multiplicação e divisão) são dependentes da calculadora. Alias nem mesmo
copiar o tópico da aula conseguem ou aguentam, preferem tirar foto do
sumário (são dependentes da tecnologia).
O jovem trabalhador! Este
não tem tempo para fazer a carreira, é um espertalhão que procura
queimar etapas e consequentemente envolve-se em esquemas de corrupção e
tentam moralizar com a linguagem “boladas”’
Nesta geração mesmo as
mulheres já não têm tempo de cuidar/educar os filhos, não conseguem ou
não têm tempo de preparar refeição condigna, levam as famílias a
depender dos fast food (as famosas pronto para comer), consequências,
perda de valores/imoralidade e dores estomacais estranhas,
respectivamente.
As crianças não tem tempo para crescer, nascem muitos cedo e vão crescendo com as suas crianças.
Os homens, nem de uma forma romântica/emocional conseguem conquistar
uma mulher, preferem reencaminhar o texto dos outros para expressar seus
sentimentos. Esquecem que perante uma emoção não há discurso lógico.
Estes nem tempo de comer conseguem…
No governo, as reformas são
muito rápidas; no ensino primário a duração de uma aula diminuiu de
45min para 40, no ensino superior de 120min para 90min. Na jornada
laboral, o tempo de almoço reduziu de 90min ou 120 min para 30min. E os
próprios governantes! Já não têm tempo de fazer história, são trocados
com frequência, ate parece que quem lhes colocou não viu antes os seus
CVs.
Amigos quem não está nesta onda e para onde vamos assim? Em
fim, estamos na famosa geração de rapidinhas ou de descartáveis. Eu
mesmo! nem tive tempo de rever este texto.
Ricardo Cossa
quarta-feira, 7 de março de 2018
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