quarta-feira, 7 de março de 2018

GERAÇÃO DE RAPIDINHAS

Em Moçambique, voluntária ou involuntariamente, temos hábito de estratificar as pessoas tendo em conta a época histórica em que nasceram, actividades de destaque realizadas ou em função das características similares que apresentam.
Deste modo, são conhecidas e famosas três gerações, a começar com a de 25 de Setembro (antigos combatentes com rosto do Alberto Chipande), seguida pela Geração 8 de Março (podemos associar com a cara do Aires Aly} e a recente geração de viragem (representada pelo Osvaldo Pitersburgo).
A primeira é constituída pelos famosos antigos combatentes, que iniciaram a luta armada a 25/09/1964; a segunda é constituida pelos então jovens estudantes que a partir de 8 de Março de 1977 viram seus estudos interrompidos e foram trabalhar em diferentes áreas consideradas de interesse nacional – teve como slogan o chamamento à pátria e; a terceira (geração de viragem) não há consenso do que a caracteriza (o que conseguiu virar ou se foi ela própria virada/manipulada) e mesmo assim a designação foi famosa.
Actualmente encontramos uma nova geração que pelas suas características é mais abrangente porque foge do critério idade, abrange quase a todos - É A GERAÇÃO DE RAPIDINHAS.
Sim, é a geração de rapidinhas porque não tem tempo, faz tudo rápido e sem cuidados necessários. Quase todos já não têm tempo de ler um texto completo, respeitando as suas principais partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) para a compreensão da mensagem , preferem ler o título e o resto é dedução – Este comportamento tem provocado “muitos mal-entendidos”.
Os estudantes então! Não têm tempo de redigir um texto. Para uma simples mensagem preferem usar símbolos, que nem eles próprios conhecem o significado; não usam o rascunho para exercitar operações básicas (adição subtração, multiplicação e divisão) são dependentes da calculadora. Alias nem mesmo copiar o tópico da aula conseguem ou aguentam, preferem tirar foto do sumário (são dependentes da tecnologia).
O jovem trabalhador! Este não tem tempo para fazer a carreira, é um espertalhão que procura queimar etapas e consequentemente envolve-se em esquemas de corrupção e tentam moralizar com a linguagem “boladas”’
Nesta geração mesmo as mulheres já não têm tempo de cuidar/educar os filhos, não conseguem ou não têm tempo de preparar refeição condigna, levam as famílias a depender dos fast food (as famosas pronto para comer), consequências, perda de valores/imoralidade e dores estomacais estranhas, respectivamente.
As crianças não tem tempo para crescer, nascem muitos cedo e vão crescendo com as suas crianças.
Os homens, nem de uma forma romântica/emocional conseguem conquistar uma mulher, preferem reencaminhar o texto dos outros para expressar seus sentimentos. Esquecem que perante uma emoção não há discurso lógico. Estes nem tempo de comer conseguem…
No governo, as reformas são muito rápidas; no ensino primário a duração de uma aula diminuiu de 45min para 40, no ensino superior de 120min para 90min. Na jornada laboral, o tempo de almoço reduziu de 90min ou 120 min para 30min. E os próprios governantes! Já não têm tempo de fazer história, são trocados com frequência, ate parece que quem lhes colocou não viu antes os seus CVs.
Amigos quem não está nesta onda e para onde vamos assim? Em fim, estamos na famosa geração de rapidinhas ou de descartáveis. Eu mesmo! nem tive tempo de rever este texto.
Ricardo Cossa

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